É comum ter uma caixa ou um armário cheio de medicamentos acumulados ao longo da vida. Estão ali seja porque sobraram depois de um tratamento anterior, ou para ter em mãos em caso de necessidade. Mas especialista alerta para dois simples detalhes que nem todo mundo se atenta: a data de vencimento e os cuidados no armazenamento.
De acordo com as normas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), as embalagens dos medicamentos devem conter, dentre outras informações, número do lote, data de fabricação e orientações quanto ao armazenamento adequado destes produtos. As recomendações são armazenar em locais secos, que não tenham incidência de luz solar direta, sem umidade e arejados.
- É importante evitar armários de banheiro por estarem em um ambiente que tem muita umidade, que, somada à temperatura, modifica a estrutura química do medicamento. O ideal é mantê-los dentro de uma maleta, guardada em quartos por exemplo. Prestando sempre atenção à temperatura, que deve estar entre 15° e 30° graus, para a manutenção do produto – explica Rômulo Carvalho, farmacêutico corporativo da Rede D’Or São Luiz e coordenador do curso de farmácia do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR).
Outro ponto que pode sofrer alteração é a data de validade, que é mais vulnerável dependendo da consistência física do remédio. Por exemplo, os antibióticos de suspensões orais – que precisam ser dissolvidos em água – tem serventia de apenas sete dias após abertura do frasco. A fragilidade também vale para colírios e pomadas, sendo os comprimidos os mais fiéis ao prazo de vencimento informado no rótulo, desde que seja utilizado logo após retirado da embalagem.
- A pessoas também costumam guardar os medicamentos na bolsa para tê-los em mãos sempre que precisarem. Mas os cuidados em relação à integridade também valem para estes casos. A aparência é o que vai dizer se o remédio está bom para consumo mesmo se estiver dentro da validade. Se houver descoloração, desmanche, esfarelamento, bolor e, eventualmente, odor, estará impróprio para consumo – detalha Rômulo Carvalho.
* Pode cortar o comprimido para reduzir a dosagem? Este procedimento não é indicado, pois há uma questão técnica envolvida. O comprimido é feito de componentes ativos e inativos, que não são distribuídos uniformemente, ou seja, partir ao meio não significa que há 50% deles de cada lado. Portanto, o ideal é utilizar a dosagem exata prescrita. Além disso, um erro leva ao outro, pois as pessoas, além de cortar o comprimido, guardam a outra metade para tomar depois. Mas esta deveria ser descartada.
* É possível utilizar mais de um comprimido para atingir a dosagem prescrita? Não há problema tomar mais de um comprimido, desde que a junção destes resulte na dosagem indicada. Por exemplo, para uma prescrição de 10mg, pode ingerir duas pílulas de 5mg.
* Qual a melhor forma de descartar os medicamentos vencidos? Uma possibilidade é verificar se há farmácias próximas e/ou serviços de saúde que funcionem como postos de coleta. Caso não seja recebam, em pequenas quantidades, pode ser direcionado ao lixo comum doméstico. No entanto, é preciso ficar atento com o descarte de materiais perfurocortantes, como agulhas, para não provocar acidentes.