Coronavac não deu efeito colateral em 94,7% dos voluntários



O governador de São Paulo, João Doria, afirmou que 94,7% dos mais de 50 mil voluntários que participam de teste na China não apresentaram efeito colateral adverso à Coronavac.

A vacina contra o coronavírus desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceira com o Instituto Butantan.

De acordo com os dados divulgados pela gestão estadual, só foram percebidos efeitos adversos de grau baixo em 5,36% dos participantes.

Efeito colateral da Coronavac

As reações mais frequentes foram dores leves no local da aplicação (3,08%), fadiga (1,53%) e febre moderada (0,21%).

“Os resultados dos estudos clínicos realizados na China mostraram baixo índice de efeitos adversos e de baixa gravidade. Efeitos adversos de baixa gravidade são comuns em vacinas amplamente utilizadas. A vacina da gripe, por exemplo, produzida pelo Instituto Butantan, apresenta efeitos pouco nocivos como dor no local da aplicação, e não mais do que 10% dos que são vacinados apresentam reação dessa natureza“, disse o governador.

Crianças e idosos começaram a receber doses da vacina em setembro na China, mas o país só realiza testes das fases 1 e 2.

Segundo o estudo, até o momento foram vacinadas 422 pessoas maiores de 60 anos no país.

Também foram vacinados 552 voluntários com idade entre 3 e 17 anos.

No Brasil

No Brasil, que está na fase 3 de testes da CoronaVac, dos 9 mil profissionais de saúde voluntários, 5.584 já receberam a dose até o último dia 21.

Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, afirma que os testes devem ser ampliados para 13 mil voluntários no país.

A expansão, segundo o diretor, já foi aprovada pela Anvisa.

Deverão ser incluídos nesses testes grupos considerados de risco, como idosos e crianças.

O representante do laboratório Sinovac na América do Sul, Xing Han, participou da entrevista coletiva, e disse que daqui “um ou dois meses” os resultados finais da fase 3 devem ser divulgados.

Em estudo preliminar na China, com 24 mil voluntários, sendo 421 com mais de 60 anos, o governador João Doria disse que a resposta imunológica dos idosos submetidos aos testes da vacina ficou entre 98% e 99%.

Nesta quarta-feira, dia 23, o governador voltou a citar estudo, baseado nas fases de testes 1 e 2 na China.

“Além de segura a CoronaVac está se mostrando altamente eficiente. Na China, demostraram que a CoronaVac apresentou 98% de eficiência na imunização das pessoas que foram lá testadas”, disse Doria.

Eficácia

No entanto, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, reforçou que a eficácia da vacina só poderá ser comprovada após a conclusão da fase 3, que está sendo realizada aqui no Brasil.

“Além de afirmarmos que não houve efeitos adversos graves, nós ainda não temos os dados disponíveis em relação a eficácia. A eficácia será incluída uma vez que terminada a inclusão dos 9 mil voluntários com duas doses vacinais“, afirmou Covas.

A partir do dia 15 de outubro poderemos ter o aparecimento dos dados de eficácia que permitirá o registro da vacina na Anvisa.

A Sinovac iniciou também um estudo de fase 3 na Turquia e isso vai corroborar o processo de registro dessa vacina no mundo”, completou o diretor.

Doria também afirmou que a previsão é a de que a vacinação comece na segunda quinzena de dezembro em médicos e paramédicos.

“Deveremos por óbvio aguardar a finalização desta terceira e última fase de testagem, os seus resultados e a aprovação da Anvisa. Mas já em dezembro, na segunda quinzena, poderemos iniciar a imunização de acordo com os critérios de vacinação adotados pela Secretaria da Saúde e dentro do protocolo também do Ministério da Saúde“, disse Doria.

Promessa de vacina para São Paulo

Doria voltou afirmar nesta quarta-feira que a vacinação da população deve ir até fevereiro de 2021

E que as doses do acordo com o laboratório chinês serão suficientes para imunizar toda a população de São Paulo.

Até 31 de dezembro teremos 46 milhões de doses da vacina Coronavac, e até 28 de fevereiro 60 milhões de doses desta vacina, o que é suficiente para a imunização de todos os brasileiros de São Paulo.

Já fizemos negociações com o Ministério da Saúde para que pudessem comprar mais 40 milhões de doses desta mesma vacina para permitir a vacinação de brasileiros de outros estados.

“E esperamos também que com o sucesso da vacina de Oxford e de outras vacinas o governo federal possa vacinar a totalidade dos brasileiros no menor tempo possível”, completou Doria

Na segunda-feira (21), o governador já havia prometido que toda a população do estado vai receber a vacinacontra a Covid-19 até fevereiro de 2021.

“Aos brasileiros de São Paulo, sim, garanto que teremos a vacina, a CoronaVac, para atender a totalidade da população de São Paulo, já ao final deste ano e ao longo dos dois primeiros meses de 2021, e vamos imunizá-los”, disse Doria nesta segunda.

O governador não explicou como será feita a distribuição das vacinas. O secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, afirmou no último dia 10 que o cronograma dos testes está sendo respeitado e a expectativa é a de que os resultados sejam enviados para a Anvisa no final de outubro.

Com isso, ainda de acordo com ele, a vacina será incluída no calendário de vacinação nacional no início de janeiro.

Em julho, o governador havia dito que a vacina seria distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para milhões de brasileiros, não apenas em São Paulo.

Produção da vacina Coronavac

“Nessas circunstâncias nós já poderemos iniciar a produção da vacina em dezembro e imediatamente na sequência iniciar a vacinação, com o SUS, de milhões de brasileiros, não apenas em São Paulo como também em outros estados”, declarou Doria na época.

Ao apresentar o projeto desta vacina para o Ministério da Saúde, em agosto, Dimas Covas, diretor do Butantan, também declarou que “a vacina é para brasileiros, não é para paulistas”.

O acordo com o laboratório chinês prevê o envio de doses prontas da CoronaVac, fabricadas na China, além da transferência de tecnologia para que o Butantan possa fabricá-las em território nacional no futuro.

Até a última segunda-feira, o governo estadual afirmava que seriam 45 milhões doses ainda neste ano.

Número de doses

No entanto, Doria disse, pelas redes sociais, que o total de doses será de 46 milhões apenas em 2020.
 
O estado de São Paulo tem cerca de 44 milhões de habitantes, segundo o IBGE.

Os testes da CoronaVac em voluntários, no entanto, são feitos com duas doses da vacina por pessoa.



Fonte: G1




Postagem Anterior Próxima Postagem