Você esteve recentemente na farmácia e não encontrou o remédio que precisava - como dipirona e antibióticos? Pois é, medicamentos fundamentais para a saúde do brasileiro estão em falta em unidades das redes pública e privada do país, e o problema pode demorar a ser resolvido.
A pesquisa "Desabastecimento de Medicamentos" da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), feita em agosto deste ano com dados de mais da metade (57%) das cidades do país, aponta que 65% desses municípios sofrem com falta de medicamentos.
Cadê os antibióticos?
Essa é a classe de medicamentos que mais sumiu das drogarias: 96% dos farmacêuticos disseram que pacientes não encontraram o remédio que precisavam.
SUS também sofre com o desabastecimento: levantamento do Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), de 4 de outubro, traz 530 notificações de falta de medicamentos na rede pública de 57 cidades do estado de São Paulo. Antibióticos como amoxicilina e azitromicina, e analgésicos como dipirona (para dor e febre) estão no topo da lista.
Luciana Canetto Fernandes, vice-presidente do CRF-SP, diz que o levantamento surpreendeu pela quantidade de medicamentos comuns em falta, que até então nunca tinham sofrido problemas, e pela escassez de itens que compõem a fabricação de remédios, como frascos e ingredientes.
Procurado mais de uma vez para falar sobre o desabastecimento e estratégias para solucionar o problema o quanto antes, o Ministério da Saúde não respondeu à reportagem.
E como fica a vida de quem precisa de remédio?
SUS também sofre com o desabastecimento: levantamento do Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), de 4 de outubro, traz 530 notificações de falta de medicamentos na rede pública de 57 cidades do estado de São Paulo. Antibióticos como amoxicilina e azitromicina, e analgésicos como dipirona (para dor e febre) estão no topo da lista.
Luciana Canetto Fernandes, vice-presidente do CRF-SP, diz que o levantamento surpreendeu pela quantidade de medicamentos comuns em falta, que até então nunca tinham sofrido problemas, e pela escassez de itens que compõem a fabricação de remédios, como frascos e ingredientes.
Procurado mais de uma vez para falar sobre o desabastecimento e estratégias para solucionar o problema o quanto antes, o Ministério da Saúde não respondeu à reportagem.
E como fica a vida de quem precisa de remédio?
Quem vai ao balcão da farmácia tem contado com as orientações do farmacêutico para driblar a falta de medicamentos. A recomendação mais frequente, feita por 64,1% dos entrevistados na pesquisa do CRF-SP, é substituir o remédio receitado pelo genérico ou similar. Se forem terapias sem prescrição médica, o próprio farmacêutico avalia o caso e faz sugestões de tratamento ao cliente.
O que explica o sumiço dos medicamentos?
No Brasil, a CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), órgão interministerial do Governo Federal, estabelece um valor máximo para a grande maioria dos medicamentos. Essa regulação evita explosões de preços em caso de escassez de insumos, mas acaba por obrigar a cadeia produtiva a absorver o aumento do custo de produção.
O que explica o sumiço dos medicamentos?
- Dependência de importação de matéria-prima. No Brasil, cerca de 95% dos insumos farmacêuticos vêm de outros países.
- Impacto da pandemia. A maioria dos insumos é produzida na China e na Índia. Contudo, a política chinesa de covid zero gerou episódios de lockdown, entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022. Isso afetou a produção de insumos e medicamentos, prejudicando toda a cadeia global.
- Falta de inovação e desindustrialização. O Brasil enfrenta um processo geral de desindustrialização, diminuição da capacidade produtiva e redução da competência tecnológica, na avaliação de Reinaldo Guimarães, vice-presidente da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva).
- Oferta x demanda. Com menos insumos disponíveis para a fabricação de medicamentos, a produção diminui, gerando desequilíbrio com a demanda. Há impacto no preço, que também é afetado por outros fatores, como a desvalorização do real frente ao dólar e o aumento dos custos com frete. A guerra na Ucrânia tem contribuído com a pressão inflacionária.
No Brasil, a CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), órgão interministerial do Governo Federal, estabelece um valor máximo para a grande maioria dos medicamentos. Essa regulação evita explosões de preços em caso de escassez de insumos, mas acaba por obrigar a cadeia produtiva a absorver o aumento do custo de produção.
Fonte: VivaBem